FÓRMULA 1 e os SALÁRIOS MILIONÁRIOS em
OUTRAS MODALIDADES
Não, não me
esqueci dos meus seguidores, mas, depois da operação de 6ª feira – que correu
bem – só hoje pude voltar ao computador. E, posso dar-vos boas novas pois na
pesquisa que voltei a fazer na net encontrai relatórios e artigos impressionantes
que me fizeram recordar os meus tempos de Inglaterra quando, no início da
década de 1960 um jogador profissional de futebol, uma das principais estelas,
como Danny Blanchflower, na época capitão do Tottenham Hotspurs e da seleção da
Irlanda do Norte ganhava £20 por semana (eu recebia £50 de mesada por mês e uns
30 escudos por cada artigo para “A Bola”, se a memória não ma falha, e umas £25
por um artigo para o “World Sports”).
Como é possível a Federação Paulista de Futebol e a Rede Globo cometerem estes erros?
E, na
Fórmula 1, quando comecei a ter contato com o “circo” – que ainda não o era! –
um piloto de topo ganhava por ano, em 1972, no caso da March, £40.000 mais uma percentagem nos seus prémios,
que poderia chegar, em média a umas £10.000. Ou seja, um muito menor
multiplicador do salário mínimo ou do PIB per Capita do que agora, para não
termos problemas de conversão da moeda em face da inflação. Mais do que isso – tenho informações desta pesquisa, que vou mostrar dentro de dias, da enorme revolução nos ganhos das estrelas de vários desportos. Não só que há 50 anos as estrelas andavam de “Carocha” ou de A30 ou de Mini, enquanto agora chegam aos treinos de Ferrari ou de Porsche… E, no entanto, o empenho dentro do retângulo de jogo parece-me que até era maior nessa época. Não fosse isso, e nada tenho, claro, contra os milhões que Ronaldo ou Mourinho recebem dos seus clubes que estão inseridos nesta indústria que envolve muitos milhares de milhões – bem mais, muito do que toda a nossa dívida pública.
BLATTER – FIGURA JÁ RIDÍCULA À FRENTE DO
FUTEBOL MUNDIAL
Ligar à
figura triste que o Presidente da FIFA, Joseph Blatter fez na passada
sexta-feira em conversa com estudantes universitários ingleses, é não ter bom-senso.
Como dizia ontem o nosso colega jornalista Joaquim Rita – o único jornalista
português com voto na “Bola de Ouro” – e eu concordo inteiramente: “Nem
Ronaldo, nem a FPF, nem o Real Madrid se devem considerar ofendidos pela
palhaçada que o suíço fez perante uma plateia de estudantes em Oxford, e que
foi divulgada pela TV para todo o mundo.O futebol, a FIFA, ele próprio é que devem estar profundamente dececionados com o estado a que chegou o tal do “desporto-rei”. Como é possível o seu maior responsável mundial dar um espetáculo tão degradante quinda por cima diante jovens. Claro que ele apenas quis expressar as suas preferências – o que jamais poderia fazer publicamente – ainda por cima fazendo graça e usando reles pantomímica.
Coitado. Ou não, coitados somos nós todos – adeptos de futebol, jogadores, clubes, federações, países, que, todos, temos de suportar há décadas o jugo de gente como esta, autênticos “Padrinhos da Mafia”.
Tenho alguma admiração pelo antigo Presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange, que prefaciou o livro “História da Bola” que editei pela Talento há uns anos (duas edições em 1998 e 2006, antes dos respetivos mundiais). Não só porque é amigo de um amigo meu, autor destas obras ímpares - Dr. José de Almeida Castro - como sempre manteve, ao contrário de Blatter – seu secretário-geral na FIFA – uma imagem de grande senhor.
No entanto, as escabrosas estórias de corrupção e tráfego de influências que têm vindo a ser expostas sobre a FIFA nas últimas duas décadas, sobretudo nos últimos três a cinco anos, são bem reveladoras dos “Badfellas” (titulo de um dos muitos livros publicados sobre a FIFA, este em 2003, de autoria de John Sugden e Alan Tomlinson) que compõem os corpos dirigentes da FIFA e de algumas, muitas federações nacionais de futebol. O jornalista inglês Andrew Jennings é o autor do livro Foul!, publicado no Brasil com o nome Jogo Sujo, e do especial Fifa's Dirty Secrets (Os Segredos Sujos da Fifa), especial transmitido pela BBC no programa Panorama. Estes seus trabalhos relatam as práticas fraudulentas realizadas dentro da Fifa, que envolvem alguns dos principais dirigentes que passaram pela entidade.
O mesmo se poderá dizer do meio da Fórmula 1, a começar pelo seu “Padrinho”. E até neste pontificado de Jean Todt, os métodos usados para a sua eleição não terão sido os mais leais e transparentes, como quase sempre acionteceu em todas as campanhas para a FIA e a FIFA … e tantos outros organismos desportivos até nacionais, claro …
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