Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

NADAL A CAMINHO DO TOPO MUNDIAL

Nesta primeira crónica (ou mensagem, como quiserem) neste meu novo espaço de comunicação volto às minhas origens de jornalista, quando, correspondente de “A Bola” em Londres desde janeiro 1961, cobri o Torneio de Wimbledon nesse ano e no seguinte.
Ao assistir estes dias pelo “Eurosport” ao inolvidável US Open, em Flushing Meadows, New York, recordei a beleza do ténis do também inesquecível Rod Laver vencedor no All Englang Tennis Club em 1972. A evolução física dos jogadores e os novos equipamentos – raquetas – usados atualmente  proporcionam batidas muito mais fortes e uma velocidade de jogo muito maior. Isto faz com que se jogue sobretudo no e para o fundo da quadra. No entanto, houve momentos da final em que Rafael Nadal dominou mental e taticamente Novak Djokovic em que as subidas de ambos à rede– sobretudo do sérvio – deliciaram-me com as recordações do ténis de Laver.
Pena que Djokovic tivesse perdido três “match points” e um jogo de serviço no terceiro set, que lhe foi fatal, indo abaixo mentalmente e perdendo o seguinte por 6-1, para fechar o jogo num 3-1 que não reflete a paridade de grandeza dos dois primeiros do ranking mundial. Ficou patente que o espanhol nesta sua 13ª vitória num Major é o mais forte e em breve passará a ser o maior de todos os tempos ultrapassando ao 14 Grand Slams de Pete Sampras, os 17 de Djokovic e os 18 de Roger Federer (que teve um US Open para esquecer, ou para pensar bem no resto da sua brilhante carreira).
Melhor até que as exibições do espanhol (ainda nº 2 mundial) nestas duas semanas nova-iorquinas – depois de uma ausência de sete meses lesionado num joelho – foi, para mim, a sua última frase na entrevista, ainda no court principal, a Mats Wilander, vencedor de sete Grand Slams: “Quero sobretudo agradecer a quem me ajudou e apoiou no ano passado, quando não estive aqui”.

Estrelas brilham e veterano confirma talento
Neste US Open puderam prever-se os grande futuros do suíço Stanislas Wawrinka que obrigou Djokovic ao seu melhor para passar uma meia final de cinco horas e do francês Richard Gasquet, que bateu Ferrer até ser inevitavelmente dominado em três sets pelo bulldozer Nadal na meia final.
Outra boa surpresa foi o australiano Lleyton Hewitt (o mais jovem nº1 do mundo, aos 20 anos, em 2001, depois de vencer o US Open e antes de ganhar Wimbledon em 2002) que, agora 66º do ranking, aos 32 anos, derrotou em cinco sets o espanhol Juan Martin del Potro, campeão em 2009, na segunda ronda.
Uma má nota vai para o estilo como os apanha-bolas foram treinados, bem diferente da forma como atuam os mais jovens de Wimbledon. Prefiro os ingleses, claro.

Serena Williams será a maior de sempre
Batendo a bielorussa Victoria Azarenka por 2-1, a norte-americana Serena Williams ganhou o seu segundo US Open, atingindo 17 Grand Slams no seu currículo, o que nos faz prever que em breve passará os 18 de Martina Lavratilowa.
Com o imponente Arthur Ashe Stadium, de capacidade duas vezes maior que Wimbledon, lotado na maioria dos jogos a partir dos quartos de final não espanta que Serena tivesse recebido este ano um cheque superior a 3,2 milhões de dólares.

Ferrari rouba pódio a Massa
Para que os meus seguidores não pensem que não escreverei sobre automobilismo, gostaria de apontar que a Ferrari, com a perda de 0,8 seg na troca de pneus de Massa para o trabalho de box da Red Bull na paragem de Webber terá roubado um pódio a Felipe, tanto mais que ambos os carros ingleses (sim, sei que a equipa é austríaca…) tiveram problemas de caixa.

FIFA faz má escolha de árbitros
E, também, para que os que, como eu amam o futebol – em que dei os primeiros passos como jornalista em 1961 – não pensem que me vou alhear do que se passa nesta modalidade, aponto desde já o dedo aos colaboradores de Herr Blatter que parece não saberem quem escolhem para arbitrar importantes jogos, como Irlanda do Norte-Portugal. Esse “senhor” sueco Danny Makkele, não tem perfil para um jogo do mundial (apuramento) – é demasiado nervosinho para o meu gosto (e o de Postiga…) e o seu poder e rapidez de decisão deixam muito a desejar!
Fiquem apenas descansados os adeptos e jogadores de rugby pois sobre esse desporto que a minha mulher apelidou há dias de “quele  em uns mastodontes se amontoam”, nada sei, a não ser que os neozelandeses se impõem e começam os jogos com uns intimadores.

De resto, escreverei um pouco sobre tudo o que aprendi com grandes mestres em mais de 52 anos de jornalismo e o que a vida me foi ensinando. Em desporto e no nosso dia-a-dia.

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