Nesta primeira
crónica (ou mensagem, como quiserem) neste meu novo espaço de comunicação volto
às minhas origens de jornalista, quando, correspondente de “A Bola” em Londres
desde janeiro 1961, cobri o Torneio de Wimbledon nesse ano e no seguinte.
Ao assistir estes
dias pelo “Eurosport” ao inolvidável US Open, em Flushing Meadows, New York, recordei
a beleza do ténis do também inesquecível Rod Laver vencedor no All Englang
Tennis Club em 1972. A evolução física dos jogadores e os novos equipamentos –
raquetas – usados atualmente
proporcionam batidas muito mais fortes e uma velocidade de jogo muito
maior. Isto faz com que se jogue sobretudo no e para o fundo da quadra. No
entanto, houve momentos da final em que Rafael Nadal dominou mental e
taticamente Novak Djokovic em que as subidas de ambos à rede– sobretudo do
sérvio – deliciaram-me com as recordações do ténis de Laver.
Pena que Djokovic
tivesse perdido três “match points” e um jogo de serviço no terceiro set, que
lhe foi fatal, indo abaixo mentalmente e perdendo o seguinte por 6-1, para
fechar o jogo num 3-1 que não reflete a paridade de grandeza dos dois primeiros
do ranking mundial. Ficou patente que o espanhol nesta sua 13ª vitória num
Major é o mais forte e em breve passará a ser o maior de todos os tempos
ultrapassando ao 14 Grand Slams de Pete Sampras, os 17 de Djokovic e os 18 de
Roger Federer (que teve um US Open para esquecer, ou para pensar bem no resto
da sua brilhante carreira).
Melhor até que as
exibições do espanhol (ainda nº 2 mundial) nestas duas semanas nova-iorquinas –
depois de uma ausência de sete meses lesionado num joelho – foi, para mim, a
sua última frase na entrevista, ainda no court principal, a Mats Wilander,
vencedor de sete Grand Slams: “Quero sobretudo agradecer a quem me ajudou e
apoiou no ano passado, quando não estive aqui”.
Estrelas brilham e veterano confirma talento
Neste US Open
puderam prever-se os grande futuros do suíço Stanislas Wawrinka que obrigou
Djokovic ao seu melhor para passar uma meia final de cinco horas e do francês
Richard Gasquet, que bateu Ferrer até ser inevitavelmente dominado em três sets
pelo bulldozer Nadal na meia final.
Outra boa surpresa
foi o australiano Lleyton Hewitt (o mais jovem nº1 do mundo, aos 20 anos, em
2001, depois de vencer o US Open e antes de ganhar Wimbledon em 2002) que, agora
66º do ranking, aos 32 anos, derrotou em cinco sets o espanhol Juan Martin del
Potro, campeão em 2009, na segunda ronda.
Uma má nota vai para
o estilo como os apanha-bolas foram treinados, bem diferente da forma como
atuam os mais jovens de Wimbledon. Prefiro os ingleses, claro.
Serena Williams será a maior de sempre
Batendo a bielorussa
Victoria Azarenka por 2-1, a norte-americana Serena Williams ganhou o seu
segundo US Open, atingindo 17 Grand Slams no seu currículo, o que nos faz
prever que em breve passará os 18 de Martina Lavratilowa.
Com o imponente
Arthur Ashe Stadium, de capacidade duas vezes maior que Wimbledon, lotado na
maioria dos jogos a partir dos quartos de final não espanta que Serena tivesse
recebido este ano um cheque superior a 3,2 milhões de dólares.
Ferrari rouba pódio a Massa
Para que os meus
seguidores não pensem que não escreverei sobre automobilismo, gostaria de
apontar que a Ferrari, com a perda de 0,8 seg na troca de pneus de Massa para o
trabalho de box da Red Bull na paragem de Webber terá roubado um pódio a Felipe,
tanto mais que ambos os carros ingleses (sim, sei que a equipa é austríaca…)
tiveram problemas de caixa.
FIFA faz má escolha de árbitros
E, também, para que
os que, como eu amam o futebol – em que dei os primeiros passos como jornalista
em 1961 – não pensem que me vou alhear do que se passa nesta modalidade, aponto
desde já o dedo aos colaboradores de Herr Blatter que parece não saberem quem
escolhem para arbitrar importantes jogos, como Irlanda do Norte-Portugal. Esse
“senhor” sueco Danny Makkele, não tem perfil para um jogo do mundial
(apuramento) – é demasiado nervosinho para o meu gosto (e o de Postiga…) e o
seu poder e rapidez de decisão deixam muito a desejar!
Fiquem apenas
descansados os adeptos e jogadores de rugby pois sobre esse desporto que a
minha mulher apelidou há dias de “quele em uns mastodontes se amontoam”, nada sei, a
não ser que os neozelandeses se impõem e começam os jogos com uns intimadores.
De resto, escreverei
um pouco sobre tudo o que aprendi com grandes mestres em mais de 52 anos de
jornalismo e o que a vida me foi ensinando. Em desporto e no nosso dia-a-dia.
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