As minhas desculpas a todos por ainda não ter escrito nada esta semana, mas
problemas de saúde e os respetivos compromissos médicos não me deixaram criar
nada suficientemente bom que vos merecesse.
Por isso fui à procura de um texto ainda não publicado e que tivesse algum
interesse. Aqui está, escrito há mais de seis anos, e, claro, é preciso ser
lido nesse contexto temporal (inclusive a ortografia pré-acordo…): Londres: cada vez menos acessível.
Não me sairá jamais da memória. Em Dezembro passado apanhei um táxi de Heathrow para South
Está realmente muito, muito caro viver em Londres.
Dois dias depois fui para Paris. Desta vez, por comboio para evitar todo o tumulto e loucuras da segurança aeroportuária britânica.
Livingstone: Londres sem carros
Na semana passada voltei a Londres. Não é que o Mayor
Livingstone aumentou a área sujeita ao “congestion charge” em mais uns 5km para
cada lado? “Ele simplesmente odeia automóveis e automobilistas”, comentava John Hugues, Presidente da Comissão de Históricos da FIA-Federation Internationale de l’Automobile.
“É um recalcado. Há os “have e os have not”, e ele, coitado revolta-se por nunca ter tido nada”, apontava
Não dá. Realmente desisti definitivamente de uma das coisas que mais gozo me dava – guiar através de Londres, atravessar Hyde Park, entrar na Trafalgar Square pelo Pall Mall, ou percorer Chelsea, South
O centro dos negócios
Mas, Londres, menos acessível continua a ser o centro da
civilização, se com isto queremos (será?) apontar o mundo dos negócios cada vez
mais aqui: “eu, para falar com os tipos da UBS (Union de Banques Suisses) é no
escritório em Londres”, lembrava Hogan. Por isso vim aqui para me reunir com os
dois Johns.
Ajuda de um grande “guru”
Nós, em Lisboa, estamos cada vez mais arredados dos
centros de decisão das grandes companhias. Como a minha ambição é dar aos eventos
da Talento uma projecção internacional, com parceiros e patrocinadores
multinacionais, tive de me vir aliar a um dos maiores “gurus” da estratégia do
marketing desportivo, sobretudo de desportos motorizados. Não só eu: a própria
Comissão de Históricos da FIA que, com esta nova presidência de um grande
executivo inglês, pretende dar um salto a médio prazo em termos de projecção
internacional dos eventos e da modalidade.
O requinte londrino
John Hugues estava louco por receber de mim a versão
espanhola da minha biografia do Ayrton Senna (a maioria dos estrangeiros
percebe melhor o espanhol – será pela falta de promoção da língua
portuguesa?...) e adorou receber os meus primeiros dois livros sobre o Ayrton,
aventurando-se mesmo a ler partes do “Ayrton Senna Saudade” enquanto
esperávamos o outro John.Eu nem me importava de esperar o dia inteiro ali, naquele ambiente. Em muitos anos de Londres jamais tinha entrado no Wolseley, um restaurante mesmo ao lado do Ritz, em Piccadily, que acolhe desde as 8h a agitada sociedade de executivos londrinos aproveitando o seu “breakfast” para fazer as suas primeiras reuniões do dia. Nem sei como dá para discutir alguma coisa num ambiente devorador como aquele, que nos absorve todos os sentidos, seja para ver o modo como somos servidos, para admirar as jovens ou para olhar para a decoração.
As recordações boas e … más
Claro que se falou de Fórmula 1 pois foi esse o mundo em que John Hogan se
destacou, sendo o motor que pés de pé a McLaren International quando esta
surgiu como a evolução natural do Project 4 de Ron Dennis e da desorganização
em que estava a McLaren de Teddy Mayer.
Claro que se falou do funeral do querido Creighton Brown,
da figura inconveniente que Ron Dennis fez na cerimónia de homenagem a quem
tanto o ajudou, inclusive com grande parte da sua fazenda no Brasil como
garantia na formação da McLaren International. Mas, Ron parece ter uma memória
demasiado … selectiva …A ponto de numa reunião dos construtores de
Ron deve esquecer-se (mais uma omissão da sua memória) que Creighton foi o principal motor por detrás do projecto do super carro McLaren
Enfim, coitado dele, Ron, que, com estas suas atitudes, perde p respeito que lhe deveria ser dado por tudo o resto, e muito que tem feito. Como é curioso que pessoas que começaram por baixo e subiram tanto têm vergonha das suas origens, quando deveria ser o contrário, pois têm todo o mérito, desde que os métodos usados para terem escalado tão alto tenham sido leais, legais e limpos. Mas, isso também acontece também em Portugal, e até no meio automobilístico…
Interessante demais sua biografia. Então... foste o promotor/organizador das etapas brasileiras do Mundial de Rali? Muitas memórias daqueles tempos? Fotos? Quando puder, compartilha com a gente...
ResponderEliminarAfinal, a etapa ficou marcada pela primeira vitória de uma mulher na categoria principal, da Mouton... Certo?