Segundo muitos, Luca de Montezemolo correu um grande risco ao dar o OK final a Stefano Domenicali para contratar Kimi Räikkonen como companheiro de equipa de Fernando Alonso. Perla primeira vez desde 1953 (G. Farina e A. Ascari) a Ferrari terá dois Campeões do Mundo na equipa. Claro que em 1953 as posturas dos pilotos eram bem diferentes de agora. Mas, será mesmo um problema colocar “dois galos no mesmo poleiro”, como aconteceu entre G.Villeneuve e D.Pironi? Devem lembrar-se –de ver ou ler – a épica batalha dos dois, em San Marino, 1982, que terminou com a traição de Didier a Gilles, não respeitando os sinais de box em que o canadiano acreditou. Por isso perdeu esse GP, deixou de falar com o “companheiro” e esse lamentável facto tornou-o ainda mais agressivo ao volante e terá, em parte, tido alguma influência no seu acidente com Jochen Mass, no GP seguinte, em Zolder.
Essa é a grande questão que todos os comentaristas de Fórmula 1 se colocam. Uns, pensam no “mau feitio” dos dois grandes pilotos. Alonso, porque nunca se deu bem ao lado de pilotos que pudessem contestar a sua liderança na equipa e a sua constante determinação de influenciar todas as decisões técnicas ou táticas do grupo. Ainda por cima por ao seu lado ir estar o piloto que deu à Scuderia o último título mundial, em 2007. Kimi pelo seu estilo de “querer apenas sentar no carro e pilotar”, mas ser, igualmente, um leão em pista.
O finlandês esteve quase para ir para a Red Bull, mas Helmut Marko salvaguardou o seu protegido (Sebastian) de qualquer eventual problema com um companheiro à eus altura, sob a desculpa que Kimi já tem 34 anos e a promoção do australiano Daniel Ricciardo, bem como a sua suspeita de que dois Campeões do Mundo na mesma equipa daria problemas, como confessou ao jornal “O Estado de S.Paulo”.
Conheço os dois – Montezemolo e Marko – desde 1972 e realmente são muito diferentes. E mais, o italiano não tem de dar satisfações a ninguém (pelo menos a este nível), enquanto o austríaco tem de as dar ao seu amigo Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull e tomou a via mais fácil.
Em minha opinião, este regresso de Räikkonen a Maranello vai ser uma mais valia não só para a F1 como para a própria Ferrari. Posso estar enganado, mas Kimi está muito mais maduro e Alonso não irá estragar tudo. Ele já é o melhor piloto do grid, o mais completo, e saberá conviver com a experiência do finlandês.
Acho que Montezemolo não se enganou. E, este vai ser – junto com a total mudança técnica dos carros – o grande atrativo da temporada 2014.
Domenicali também está satisfeito com esta contratação e afirma que os dois terão tratamento igual, embora um venha a ter de ajudar o outro a partir da fase do compeonato em que haja diferença pontual. Isto para bem da equipa, como é natural. Mas, esperemos sem as situações escandalosas de Schumi…
Massa
de fora, com louvores
Depois de seis temporadas na Ferrari, Felipe
sai da Scuderia depois de ter – como Barrichelo em situações mais mediáticas,
como na Áustria, com M.Schumacher – sido o escudeiro obediente de Alonso.
Sempre foi um “team player”.Domenicali na sua declaração oficial ao site oficial formula1.com presta-lhe grandes elogios a não são “da boca para fora”. Mas, mais bonito ainda á a despedida de Alonso: “Quero agradecer a Felipe toda a ajuda que me deu, bem como à equipa, durante todo o tempo que estivemos juntos.”
E, diretamente para o brasileiro: “Desejo-te toda a sorte para o futuro. Vais ser um duro oponente qualquer que seja a equipa para que vás. E, ainda teremos sete GPs para nos divertirmos” Bonito.
Aos 32 anos, Massa luta para se manter na F1, e seu empresário, Nicolas Todt, negocia com Lotus, Force India e Sauber. Com tudo o que ele fez pela Ferrari, esta tinha obrigação de o ajudar a entrar em uma das equipas que usarão os seus motores V6.
Pelo menos, toda a torcida brasileira espera que no primeiro GP de 2014, 16 de março, na Austrália. A estreia de Emerson Fittipaldi, no dia 18 de julho de 1970, num Lotus, em Brands Hatch, pós fim a uma era da F1 sem brasileiros a correrem regularmente na F1. .
Benfica
TV – um escândalo
Quando o presidente do S.L. Benfica declarou
há umas três semanas, a propósito da sua brilhante jogada de se ver livre do monopólio da SportTV, que já tinha mais de 100.000 ninguém pode duvidar que uma
percentagem apreciável dos telespectadores que migraram da SportTV – como eu - nem
sequer tiveram como motivo principal ver os jogos dos encarnados na Luz. O chamariz
principal – para esses – foi a Premier League inglesa.Agora, é um escândalo que uma estação de TV, ainda mais dirigida pelo competente e experiente José Eduardo Moniz, faça comos seus assinantes o que está a fazer em termos de programação. Jogos da Premiership como seu primeiro visionamento de madrugada. Escolha errada de jogos? E, que equipa é o “Totenham City”?
Todos erramos, é certo, mas há que haver alguém que saiba um pouco do futebol inglês para emendar erros infantis como esse neste fim de semana.
Todos gostamos de ver outras modalidades, mas José Eduardo, por favor lembra-te que há muitos milhares de assinantes que querem, sobretudo, ver os jogos dos “Spurs” ou de outras equipas inglesas. Ou a Benfica TV é apenas para os benfiquistas? Duvido que tenha sido esse o plano de marketing.
Que saudades da Premier League na SportTV.
Mundo
livre da poliomielite – em 2015?
Fora do desporto, e muito mais importante
que a F1, Stephan Cochi, da Organização Mundial de Erradicação da Polio
anunciou esta semana que no ano passado houve apenas 96 casos este ano em todo
o mundo e que se espera que o planeta fique finalmente livre desta terrível
doença. Junto com a varíola é a segunda que ainda afeta a população de todos os
países. No entanto, no noroeste do Paquistão, os Talibãs terão imposto a proibição às vacinas da polio, o que poderá afetar 280.000 crianças, de acordo com a OMS. Este é o nosso “mundo cão”!
Olá (desde os tempos da redação do Autosport).
ResponderEliminarAntes de mais, bem-haja pelo blog e pelos temas abordados (sobretudo, pelo conhecimento que tem da F1).
Acerca da convivência entre o Kimi Raikkonen e o Fernando Alonso na Ferrari creio que existe sempre um risco de confrontação de egos, mas em último caso não acredito numa repetição do cenário que se viveu na McLaren em 2007, quando Alonso e Lewis Hamilton fizeram a vida negra um ao outro (com alguma cooperação de Ron Dennis, parece-me...). Isto porque na Ferrari persiste desde os tempos do velho Enzo Ferrari a noção de que a equipa é sempre o mais importante. Isso ainda hoje prevalece, ainda que na forma de alguma sub-alternância de um segundo piloto face a um primeiro, em virtude das contas do campeonato. E isso creio que é determinante. A certo ponto, julgo que todas as equipas o fazem, mais ou menos abertamente.
No entanto, posto isto, também não me parece credível que a equipa italiana faça uma espécie de "Alonso is faster than you" para o Kimi, sob o risco de levar uma resposta engraçada para o público, mas não tanto para a equipa...
Quanto ao Massa, confesso que sempre foi um piloto de que gostei mas que a seguir ao seu acidente em 2009 parece ter-se alterado (seja porque não se adaptou bem aos novos regulamentos em vigor a partir desse ano, aos pneus ou aos carros projetados essencialmente para o seu companheiro de equipa). Seja como for, deixei de ver o piloto que lutou pelo título em 2008 e que foi perdido de forma inglória em dois momentos chave (a meu ver): a quebra de motor em Hungaroring, quando o triunfo estava na mão, e o erro da equipa em Singapura, quando saiu da sua paragem com a mangueira agarrada ao carro.
Mas essencialmente, com a temporada de 2013 a encaminhar-se para um desfecho previsível, a temporada de 2014 vai-se jogar muito na vertente de adaptação aos novos regulamentos técnicos. E isso vai trazer mais emoção, espera-se.
De resto, quanto à Benfica TV julgo que a criação de um segundo canal poderá tornar a questão dos horários mais simples. Já a questão dos erros, bem, esses é mais difícil.
Cumprimentos!
Bem-vindo à blogosfera, Chico! Estarei por aqui.
ResponderEliminarAbraços,
LAP