Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

terça-feira, 17 de junho de 2014


MICHAEL SCHUMACHER:
O compromisso da Imprensa é com a ética e o público
Por Americo Teixeira Jr. – “O fato de Michael Schumacher ter saído do coma e ser transferido para um hospital na Suíça, como anunciado na manhã desta segunda-feira, repercutiu no mundo todo e ampliou ainda mais a já gigantesca onda de amor em relação a ele. Mas ao mesmo tempo abriu uma espécie de “temporada de caça”.
É absolutamente legítima a decisão da família em blindar tudo o que se refere ao atual momento do ex-piloto de Fórmula 1, incluindo aí as raras e evasivas declarações públicas. Claro que a dor tem de ser respeitada e o direito a privacidade, inviolável. Ninguém poderá criticar qualquer pessoa que tenha tido algum tipo contato com o ídolo da Ferrari, desde o dia 29 de dezembro passado para cá, que venha a optar pelo silêncio.
Só que toda moeda tem dois lados e, neste caso, a outra face é representada por milhões de pessoas no mundo que vibraram com suas performances esportivas e que, agora, unem pensamentos positivos e orações para que se recupere. É com esse público que está o compromisso da imprensa.
O respeito à família está em nunca, jamais, em tempo algum abrir mão de recursos éticos para obter a notícia. Mas o respeito para com o público está em buscar o maior número possível de informações sobre o estado de Michael Schumacher, sempre com profissionalismo e independentemente da vontade de poucos.”
 
Deveres e direitos
Não piodia estar mais de acordo com o texto do meu colega Américo Teixeira Jr no seu blog: é também dever da família dar informações detalhadas sobre o estado de Schumi, pois o prestígio e a popularidade dele estão baseados na repercussão que ele sempre teve em todos os adeptos do automobilismo desportivo no mundo inteiro. Foram eles – e, claro, as performances do piloto – que permitem, agora, à família ter o socego financeiro para encarar o longo tratamento e o futuro apoio a Michael. Além, claro, do seguro.
Por isso, não é justo que o público que o projetou e que justificou os chorudos ionvestimentos dos patrocinadores dele, se veja privado de informações concretas sobre o estado do seu ídolo. Sempre de forma a zelar pela privacidade do indivíduo e da sua família, como os bons jornalistas sabem fazer. E, para que não haja alguém a extravasar esses limites éticos, o melhor seria, claro, que a assessoria de imprensa de Schumi que há seis meses não cumpre o seu dever com a media internacional e com o povo, cumpra o seu dever. De informar.

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