Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

sábado, 1 de março de 2014


Automobilismo: Seus mistérios ou posturas dos adeptos/participantes

O automobilismo desportivo – a todos os seus níveis – tem-me desiludido muito nos últimos tempos, como aliás tem sido patente em alguns dos meus escritos neste blog e nas conversas com quem vale a pena conversar no que foi, também, durante quatro décadas o meu meio como piloto, organizador e promotor.

Hoje, tive mais um exemplo das posturas da gente dos automóveis, à qual eu até gostaria de continuar a pertencer, agora apenas como jornalista, pois continuo a amar este desporto. O já tradicional almoço do PORTUGAL MOTORSPORT, na Curia – o   maior evento social do meio automobilístico português está em risco de não se poder realizar. O resultado do trabalho da dupla Artur Lemos e Luis Caramelo tem sido um enorme sucesso com uma enorme adesão de concorrentes, pilotos, navegadores, patrocinadores ou simples adeptos de norte a sul. Organizam-se autocarros com saídas de Lisboa e do Porto para levar a “malta” (significando apenas grupo na gíria comum) dos automóveis. É uma “farra”. Contam-se estórias; revivem-se momentos gloriosos ou de revezes; fala-se do futuro (embora no ano passado o alerta que fiz mereceu apenas “ouvidos mocos” de toda a gente que continuou a falar de outros temas nas meses).

Marcado este ano para dia 15 deste mês (sim, apenas daqui a duas semanas) teve até agora – e hoje é o último dia para inscrições dos participantes – um número demasiado reduzido de adesões, o qual, penso não permitir a realização do evento, tanto mais que o Artur e o Luis este ano não conseguiram ter qualquer patrocínio, o que também me espanta e desilude. Muito.

Que nós portugueses e latinos deixemos tudo para a última hora inclusive fazer inscrição (como também é sempre hábitos para as provas desportivas ou outra coisa qualquer) é, infelizmente, normal. Eu que o diga pois apenas ontem tomei, finalmente, a decisão de ir à Cúria e hoje confirmei-o ao Artur.

 

Falta de gratidão

Pior do que o alheamento a este (e outros grandes eventos) é o que isso, por vezes, representa – a ingratidão dos membros desta sociedade que tem como objetivo, julgo eu, manter vivo o automobilismo português, manter vivas as nossas memórias, projetar o futuro desta atividade de que supostamente gostamos e temos o dever de defender. Isto é falta de gratidão pelas oportunidades que nos são dadas por aqueles poucos que ainda têm a coragem de lutar – muitas vezes em vão – pela nossa modalidade, pela divulgação dos eventos e dos seus participantes. Alguns mesmo sem receber nada em troca. Nem mesmo essa gratidão por nos darem momentos de inesquecível prazer.

Esse é um doa piores aspetos do nosso automobilismo. E, não apenas do nosso, português, já que, pela minha experiência o mesmo acontece no Brasil, em Inglaterra, Grança e Itália e Espanha. Mesmo que de outras formas, algumas até mais cruéis.

Mas, francamente, não me venham dizer que não vão à Cúria onde no ano passado estiveram mais de 400 convivas, por causa da crise, ou porque a data é depois meses depois do habitual. Talvez percam. Este ano, o maior evento, repito, social do nosso automobilismo. Preferem, apenas, ir ao café dois ou três “contar umas larachas” ou ir aos jantares da “Quinta a Fundo”? Inqualificável.

Telefonem ao Artur e ao Luis a dar a vossa adesão. Mostrem a vossa gratidão e vão lá. Se não gostaram do evento contribuam com sugestões, mas participem.

Só com eventos destes e com provas bem estruturadas o nosso automobilismo se manterá vivo, florescente e progredirá? Sou idiota por pensar que um almoço na Curia tem essa importância. Tem, sim! Porque demonstra a vontade, a gratidão dos participantes, dos adeptos, dos patrocinadores para manter viva esta vossa modalidade.

Sabem? Façam, claro, como quiserem. Mas, depois não se queixem que dirigentes e organizadores e promotores passem a estar “nas tintas” para os participantes. A postura é vossa!...

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