Ee blog terá, pelo menos duas vezes por semana, as minhas opiniões e comentários sobre desporto – sobretudo automobilismo – e sobre a vida nacional (portuguesa e brasileira) e internacional, com a experiência de 52 anos de jornalismo, 36 anos de promotor e 10 de piloto. Além de textos de convidados, e comentários de leitores.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

PARKALGAR E MALALA – ALGO EM COMUM? IMPROVÁVEL. OU NÃO…
Hoje, em vez de opiniões ou de notícias, tenho apenas perguntas para colocar aos meus seguidores e leitores. Para poderem refletir sobre estes assuntos e acharem as respostas a cada uma delas, se é que conseguirão. Eu, infelizmente, não consigo, pelos mais vários motivos a que certamente não serão estranhas a minha falta de capacidade e uma inacreditável ingenuidade que, apesar da idade, deve estar ligada dos princípios com que fui formado.
E, desculpem algo que, como jornalista, não devia sequer pensar: não me apetece mais “dar murro em ponta de faca”, como se diz no Brasil, a “remar contra a maré” e a tentar descobrir as coisas quando os meus colegas ainda na ativa, em OCS de responsabilidade no seu serviço de informar, não o fazem. Uns apenas por desinteresse, outros por falta de coragem, outros ainda porque “não é conveniente” a este ou aquele lobby. Ou meramente por incompetência em cumprir o seu papel perante a sociedade. Ora vejamos:

AIA – o mistério ou o “milagre da reprodução dos pães”, em leasing…
Depois de ler com atenção as crónicas do Paul Rees aqui publicadas nas passadas semanas, fico, realmente, sem saber que tipo de operação(ões) foram engendradas para resolver o problema do AIA. Se é que o problema foi , ou começou a ser resolvido.
A Portugal Capital Ventures afinal não comprou nada, não investiu nada, nem o AIA (infraestrutura do circuito), nem a Parkalgar, nem os “famosos” apartamentos e o “famoso” hotel começados a construir há cinco anos?
E, como fica o ainda mais “famoso” PER aprovado por um juiz que “apenas iria apreciar os assuntos jurídicos”, segundo justificou aos poucos credores que se opuseram a esse plano baseado em fantasiosas premissas de modelo de negócio e de marketing? Embora tenha justificado a sua inimaginável aprovação com argumentos mercadológicos. Em que país vivemos, afinal? Numa cotada?
Em afinal que estória de leasings para cá e para lá por valores não revelados, são esses? Quem toma que leasing a quem? Avalisados por quem?
Certamente que está tudo certo, pois, segundo a Parkalgar, vai haver um lucro este ano de €3,8 Milhões. Onde? Somos todos idiotas?...
E, já agora, como fica a venda, quem vai vender os apartamentos para que os pequenos credores (alguns com €2,5 e €5 Milhões “a arder”) possam começar a receber 30% dos seus créditos? Como está a ser gerido tudo isso? Estarei num país sério onde um PER aprovado por um juiz não a mínima hipótese de ser levado a cabo? Inacreditável – não será muita inocência ou burrice minha?
Terá sido tudo por causa da crise? Porque os parceiros eram irlandeses, os primeiros a cair (agora já de pé) na Europa? Foi tudo pouca sorte? Ou foi falta de visão e de boa gestão? Será que há alguém nas entidades responsáveis por este projeto – desde os ex-membros do Governo ou da Autarquia Socialista a gestores do BCP, a dirigentes de entidades de turismo – que possa explicar aos contribuintes como estão a ser geridos os seus impostos ou os seus investimentos?
Haverá alguém que possa responder? Por exemplo, alguém da Parkalgar? Ou do Ministério Público? Ou do Governo, tão preocupado com todos os pormenores impostos – alguns muito bem, claro – pela Troika de inspiração alemã?

Aplausos para “boi dormir” do Parlamento Europeu à lição de Malala.
Foi muito lindo ver todos os deputados do Parlamento Europeu de pé a aplaudir a jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai esta semana a receber o Prémio Sakharov de direitos humanos e liberdade de pensamento, que lhe concederam.
Mas, será que aplaudiam de fato Malala e o recado que ela lhes deu e deu ao mundo, ou aplaudiam a justeza da sua escolha num autoelogio?
Será que ouviram bem o que Malala disse ao mundo na passada quarta-feira diante deles? Que “57 milhões de crianças estão à vossa espera e que não esperam um IPhone, uma Xbox, ou um chocolate. Essas crianças apenas querem é um livro e uma caneta!”.
Será que os deputados europeus, será que os europeus, os norte-americanos, todos os que têm liberdade de pensar, de ganhar dinheiro, de sobreviver se lembrarão disso quando forem aos Shoppings comprar os seus objetos de ilusória afirmação social, se lembrarão desses milhões de crianças presas à ignorância, famintas tanto de comida como de liberdade de ensino? Será? Ou pensarão apenas na próxima eleição e das benesses de deputados europeus? Ficarão satisfeitos quando receberem autorização da Alemanha para enviar uns míseros milhões de dólares para o Paquistão ou para África? E os seus eleitores também ficam contentes e de pé a aplaudir?
Será que podemos todos ficar à espera destas perguntas? Ilusão minha, certamente? Mas, vou mesmo esperar. Deitado, para não me cansar… Não acham?

Aguardo os vossos comentários, ou nada disto interessa e move a passividade dos portugueses?

1 comentário:

  1. De facto há coisas neste país que custam entender, e que tal responsabilizar quem toma estas decisões ruinosas para o capital público em vez de continuarmos a pôr a cabeça na areia? Já chega destes abusos gigantescos...

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